Tempo e o seu protagonismo
- Antelmara Silva
- Jan 29, 2023
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O amor foge de todas as regras criadas que vão além de preceitos morais, ao encontro do voraz sentimento que se alia no desejo de amar e a esse sentimento vivido sem culpa.
Nas suas regras apresento-me como protagonista, assim penso eu. Claro que os seus feitos vão neutralizando meu protagonismo e isso eu posso explicar. Quando penso que sou dona dos meus sonhos, percebo que os sonhos se transformam em pesadelo quando eu destino o meu amor a amores alheios, a noites repletas de risos, olhares e abraços desfaçados de amizade, que gritam e lutam por uma posição não conquistada, porém, só invejada.
Assombro-me nos momentos mais íntimos e vejo causar (em mim) reflexões sobre a moralidade ausente do certo, persistindo o errado, onde questionamentos do tipo “como se é certo ou errado” não fazem mais sentido; o fato de viver e sentir e, sobretudo, o amar fogem de todas as regras criadas (e jamais seguidas) que vão além de preceitos morais, ao encontro do voraz sentimento que se alia no desejo de amar e a esse sentimento vivido sem culpa.
Na incerteza que o tempo não tem idade e sendo ele apenas um acessório, permito-me questionar e validar esse sentimento, mas só após o fato consumado, dos corpos que não querem só o hoje, mais que buscam dizer [na insensatez] que te quero no anonimato de uns e na afirmação do meu mundo.
Hoje, respiro ares – às vezes impuros – que logo me causam suaves (ou sombrias) consequências do simples fato de existir, do devir, do se fazer ser ou das mazelas incontroláveis do tempo que, para outrem, é infinito e que para os meus sentidos, mesmo sem idade, pode está com os dias contatos numa lógica matemática criada somente por mim, na teoria dos amores ou dos amantes, que percorrem na corda bamba à compreensão de dois mundos citados por Platão (Sensível ou Inteligível). Para saber, eu escolho o mundo inteligível, sequestrando meu destino no tão sonhado mundo ideal.
Antelmara Silva.
Pedagoga e licenciada em Filosofia.