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A provocação que provoca a ação

Suspeite de teorias que não podem ser questionadas, pois o “assassinato” da filosofia emerge na ação de concordar com algo...

Filosofar é rasgar a convicção alheia com indagações desconcertantes que nos fazem repensar sobre aquilo que estamos a falar. É mostrar a falha na argumentação, é o garimpo constante em busca da preciosa verdade. Por vezes, parece ser muito desconfortável e gera até contendas.


Afinal, quem está disposto a ter suas verdades postas em ameaças?


Geralmente, os filósofos diziam que encontravam a verdade como se fosse algo absoluto. Eram vistos como seres supremos, dignos de seguidores (como artistas que são contemplados por seus fãs), comprometendo a atividade filosófica.


Muitas pessoas enxergam a Filosofia como uma cura aos seus problemas. Outras a usam para embasar suas verdades por meio da retórica. Incrivelmente pode ser usada para vender verdades e uma ideia bem construída é capaz de vender qualquer coisa que possamos imaginar, fazendo acreditar que proibição ou liberação de algo seja benéfica ou maléfica à sociedade.


Por isso, importante é usar a Filosofia como crítica constante das narrativas. Suspeite de teorias que não podem ser questionadas, pois o “assassinato” da filosofia emerge na ação de concordar com algo sem antes ter feito uma observação aprofundada sobre o mesmo.


A investigação é importante para encontrarmos possíveis erros lógicos e incoerências na construção dos conjuntos de regras racionais.


Desse modo, vale ressaltar que Pitágoras alcunhou o termo Filosofia com o sentido de amor à sabedoria, busca pelo conhecimento – até porque o saber estaria para os deuses e para os seres humanos somente o esforço de encontrá-lo.


Quando alguém diz encontrar a verdade, questione imediatamente. Conformar-se com ideias pré-estabelecidas pode nos guiar para o abismo.


Quem concorda com tudo é submisso, vulnerável e manipulável. Somente bajuladores ou pessoas medíocres aceitam as coisas como são (assim também dizia Aristóteles).


Por fim, não é à toa que muitos ideólogos consideram a Filosofia uma miséria, pois ao invés de propor uma convicção absoluta, ela verifica como uma sonda espacial que explora outros espaços no universo. Ela não está a fim de concluir permanentemente algo, mas provoca crenças no sujeito – porém, em muitos casos o mito ainda persiste.


Jorge Gomes.

Pedagogo.

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