Anormalize-se já
- Jorge Gomes
- 20 de dez. de 2022
- 2 min de leitura
O psicólogo e educador Pierre Weil nos alerta sobre a toxicidade da normalidade social que nos leva à angústia...
John Lenon dizia que tinha medo de ser normal, contrariando os ditames sociais – os quais esperam que cada sujeito corresponda às exigências de comportamentos e aparências uniformizados de acordo com a região e época, a fim de serem aceitos (likes, elogios, olhares positivos, etc.).
Na Grécia antiga, a economia dependia basicamente do trabalho escravo; no Egito antigo, a propriedade privada não existia; no império romano, os adultos se satisfaziam sexualmente com os menores; e nos dias atuais – no Afeganistão – as mulheres não podem mostrar a sua face e nem dizer seus nomes e ainda são enterradas como indigentes.
São realidades multifacetadas que nos intrigam porque enxergamos tudo à distância, devido não fazer parte de nossa bolha.
A sociedade exerce forças coercitivas contra o sujeito, o qual apenas reproduz aquilo que ordenam. Com muita dificuldade, ele consegue combater essas pressões porque (ao seguir pelo caminho contrário) sofrerá com rejeições e desconsiderações do grupo ao qual pertence.
O psicólogo e educador Pierre Weil nos alerta sobre a toxicidade da normalidade social, cuja regra nos conduz às práticas irrefletidas que nos leva à angústia, ao sofrimento, à dor, à dependência e à necessidade exacerbada de autopromoção – que ao longo prazo acarretará vários problemas até porque não conseguimos preservar quem somos por um determinado tempo.
Essa critica sobre os comportamentos normais que são prejudiciais ao povo é chamada de normose.
Desse modo, a pessoa consegue se entorpecer de felicidade naquele momento que reproduz algum comportamento esperado (como fotos no exterior, corpo dentro dos padrões de beleza e outras mazelas sociais que são reproduzidas em prol da nutrição do ego).
Diante disso, precisamos de muita coragem para fugir da matrix, seguir um caminho mais autônomo, olhar por olhares amplos sobre o todo e expandir as possibilidades.
Enfim, penso que aí seja o início do pensamento do homem superior e a real contemplação da vida.
Jorge Gomes.
Pedagogo.
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