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Sem malabarismo

O homem que constrói é o mesmo que destrói, por isso devemos estar prontos para quaisquer eventualidades...

A dinâmica global gira em torno de guerras e tensões de diversas características, não somente do confronto armado direto, mas também de embargos como bloqueios de negociações entre países e influência global a fim de prejudicar e isolar uma nação, gerando conflitos ideológicos, religiosos, políticos, territoriais, entre outros. Existem países que invadem outros com o objetivo de cessar o caos interno como medidas contra o terrorismo, governos ditadores, enfim... Várias questões estratégicas com interesses em comum.


Em outra situação, há países que dominam outros porque se reconhecem como potência, ou superior aos seus vizinhos; e também, porque há fortes aliados. Além disso, aproveitam o momento de instabilidade das nações quando, por exemplo, após uma pandemia e governos que se consideram mais pacifistas.


A história muda a cada instante, como dizia o grande filósofo Heráclito, “nada é permanente, exceto a mudança". (470 AEC).


E vivemo-la a cada ano, por meses, dias, horas, minutos e segundos que passam. A única coisa que é previsível nessa insana busca por poder e verdade é a imprevisibilidade.


Pela proporção e complexidade, grupos ideológicos, parcialidades midiáticas, desinformação com o excesso de informações conhecidas como intoxicação, levam as pessoas a terem o campo de visão limitado e, talvez, a possível verdade se esvai, como se estivessem usando um antolho que distorcesse a visão, não pela ausência de informação, mas pelo seu bombardeamento, fazendo a guerra chegar a níveis cibernéticos.


Todos procuram culpados. Apontam quem tem e quem não tem a razão; o porquê que não havia preocupação com outras guerras; o porquê que não havia preocupação com outras invasões; o porquê que não se preocupam com as guerras "silenciosas"...


Essas dúvidas são importantes para observarmos que isso acontece há muito tempo no mundo, que países que não se aliam a determinado grupo acabam sendo sabotados. Porém, esses questionamentos não servem para justificar uma invasão, cuja agressão acabou com sonhos de muitas famílias, traumas irreparáveis, perdas econômicas, vergonha mundial, perda da dignidade, entre outros problemas.


Se elencarmos outras invasões, não teremos concretamente a solução do caso; é a mesma coisa que justificar que o criminoso, por falta de oportunidade, acabou destruindo uma vida numa esquina de uma grande metrópole.


Essas mesmas pessoas que cobram protestos e sensibilização aos países que foram invadidos, outrora foram subjugadas, exploradas etc.; antes deste recente acontecimento, não publicaram e tampouco comentaram a respeito das antigas operações coordenada por outros países. Contudo, muitos, por serem simpatizantes a determinado pais, acabam recorrendo mais às justificativas para explicarem o motivo da agressão que encontrar argumentos repudiando um ato desumano.


Se os países independentes têm sua liberdade de implantar quaisquer medidas em seu solo, não haveria nenhuma razão para países fronteiriços avançarem em ataque para ditar regras em espaço alheio; e, se alguém decidiu instalar bases militares em determinada área, significa que se sentem mais protegidos dessa forma. Infelizmente, o tiro saiu pela culatra, mas a previsibilidade da possibilidade de invasão não parece ser algo surpreendente, pois só corrobora a importância de ter terceiros para defender sua pátria.


Obviamente, não há posições despretensiosas. Os movimentos no tabuleiro de xadrez têm por objetivo eliminar o adversário. Por exemplo: inicia-se com o peão, com o cavalo sondando e protegendo o espaço, numa possibilidade de avançar, com o bispo rasgando pela diagonal, por fim, com o próprio rei ou a rainha, cada um com sua estratégia; e essa foi mais uma forma de perceber que o tabuleiro do mundo funciona como funciona no jogo. Ali, ninguém joga para perder, exceto os mais simples, aqueles que não têm tanta influência, que não têm tanto poder, que sofrem mais, que ficam desamparados e desalojados. Não é à toa que os peões vão à frente e, provavelmente, são caçados primeiro. Raramente o superior vai à frente, exceto se seus valores são nobres.


Portanto, há um esforço em querer descobrir quem é o culpado no meio de toda essa situação: seria a OTAN ao invandir a Iugoslávia em 1999 ou a Rússia ao invadir a Ucrânia em 2022?


Cabe ressaltar que ambos já protagonizaram outros caos ao mundo.


Neste momento, como o Brasil está se posicionando? Como a nossa nação está se preparando para se defender e atacar com efetividade? Sentimo-nos seguros? Precisamos melhorar. Essa é a hora [na verdade, já passou da hora] de fazer da nossa nação um império temível e respeitado, buscando a plena autossuficiência e não depender da misericórdia dos imperialistas.


De acordo com Dostoiévski:

 

“Como explicar que o homem, um animal tão predominantemente construtivo, seja tão apaixonadamente propenso à destruição? Talvez, porque seja uma criatura volúvel, de reputação duvidosa. Ou, talvez, porque seu único propósito na vida seja perseguir um objetivo, algo que, ao ser atingido, não é mais vida, mas o princípio da morte”. (1864).

 

É indispensável a proteção. O homem que constrói é o mesmo que destrói, por isso devemos estar prontos para quaisquer eventualidades.


Jorge Gomes.

Pedagogo.

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