Necessidade desnecessária

Vemos o aumento da necessidade de inovação nos produtos e ideias, moldando pensamento e comportamento humano...

De acordo com o político Gandhi...

“Há o suficiente no mundo para todas as necessidades humanas, não há o suficiente para a cobiça humana”.

Nesse sentido, percebemos que o ser humano se esforça mais para obter algo desejado do que propriamente suas necessidades. Em muitos casos ele sacrifica recursos futuros para sua sobrevivência, a fim de nutrir seu desejo no presente.

Em relação a essa frase, notamos que – ao longo do tempo – o ser humano buscou adquirir novos objetos para seu consumo, podendo estar influenciado pela cultura, pela sociedade, pelas mídias e/ou meios de telecomunicações, as quais exercem forte influência sobre o sujeito.

A propaganda e as diversas estratégias de marketing produzem crenças ao ponto de nós acreditarmos que determinado objeto divulgado é indispensável para a nossa vida. A cada ano, há o aumento de demanda para produtos tecnológicos, como celulares que têm funções extraordinárias, camisa impermeável, óculos que gera visão no escuro, TV’s com dimensões impressionantes, cosméticos milagrosos que garantem recuperação de vitaminas, clareamento nos dentes, entre outros.

Para complicar o cenário, a cada dia que passa, vemos o aumento da necessidade de inovação nos produtos e ideias, moldando – a todo o momento – o pensamento e comportamento humano.

O nível de exigência é absurdo. Precisamos ser mais fortes, mais inteligentes, mais belos, mais arrumados, entre outras infinidades de cobranças, rumo a lugar nenhum; e por que não, num caos?

É daí que surge a carência do pensamento filosófico.

Necessário é pensar além das verdades estipuladas. Refletir, meditar, criticar, discursar, comentar, argumentar e discutir... Só assim podemos nos livrar das amarras opressoras que nos aprisiona a cada dia, vivendo o que nós mesmos construímos, preservando a mente, a sociedade e a saúde financeira.

Jorge Gomes.

Pedagogo.