Síndrome de Pinóquio
- Celisianne Leite
- 22 de out. de 2023
- 2 min de leitura
Perceber as amarras invisíveis é uma questão de tempo; e quando elas forem rompidas, você poderá plainar...
Acordar de repente e sentir seus membros rígidos.
Perceber o peso de suas escolhas e sentir as amarras invisíveis.
Sentir que manipulam seus movimentos e você, que está alheio a qualquer pensamento, se deixa conduzir.
Disfarça seus desejos, medos e sonhos com um sorriso pintado que permanece no rosto, enquanto as lágrimas escorrem.
Sabe que tudo faz parte do espetáculo da vida e as risadas constantes dos espectadores, te faz lembrar que o drama da sua vida é mais uma comédia para distrair os outros.
Eles sentam e desfrutem o espetáculo!
E você segue com movimentos desordenados, em busca do nada em constante queda, de abismo a abismo.
Sem a possibilidade de escolha, cativo e alheio. Não reclame, pois essa é a atração que a plateia deseja.
Um pulo para o abismo, esperando que o sangue escorra e borre esse macabro sorriso. A plateia em delírio com o fim.
É o desejo secreto de todos em sua volta. Mas, lembre-se: você está sendo conduzido e as amarras invisíveis um dia irão ruir.
A cada impacto e a cada tropeço que sofre, os fios se emaranham e dificultam a condução de seus movimentos.
Resista! Aguente!
Perceber as amarras invisíveis é uma questão de tempo; e quando elas forem rompidas, você poderá plainar.
Fácil não será. Muitos não conseguem, sequer, ver os fios que os conduzem. Porém, se há um pouco de esperança já é o suficiente para romper com esses laços de traumas e com o medo, a fim de sentir um novo dia surgir.
Haverá um dia que se fará sem medo, sem plateia, sem cordas a lhe conduzir; e quando esse dia chegar, você saberá o que é sorrir.
Até lá, aguente firme.
Cleisianne Leite.
Fomanda em Biblioteconomia.
Acredito que muitas dessas amarras são postas por nós. Quase como uma autossabotagem. A insegurança aliada ao medo de fracasso.
Parabéns pelo texto!